Ancestral dos peixes carnívoros, a megapiranha viveu na bacia do Paraná há 7 milhões de anos
Peter Moon
A descoberta dos primeiros fósseis da Megapiranha paranensis foi anunciada no Journal of Vertebrate Paleontology, em junho de 2009. Seu descobridor é o paleontólogo argentino Alberto Luis Cione, do Museu de La Plata, localizado na cidade de mesmo nome, a 60 quilômetros de Buenos Aires. Cione encontrou os fósseis dos dentes serrilhados da megapiranha nas barrancas do rio Paraná, perto da cidade argentina de Paraná, na província de Entre Rios. De acordo com os cálculos de Cione, a megapiranha media entre 95 e 130 centímetros. Seu peso devia ultrapassar os 30 quilos. E, se viveu no norte da Argentina, a megapiranha com certeza também infestou os rios do sul do Brasil.
As duas dezenas de espécies de piranhas atuais vivem muito mais ao norte. Elas habitam as bacias dos rios Amazonas e Orenoco. Seu tamanho varia de 15 até 50 centímetros. Nem todas as espécies são perigosas. De maneira geral, as espécies maiores são herbívoras, e as espécies menores carnívoras - e muito agressivas. As piranhas são parentes dos pacus e dos tambaquis. Estes últimos são peixes grandes. Na Amazônia, podem atingir 1 metro de comprimento e pesar até 30 quilos. Mas não são agressivos. “Tambaquis e pacus são peixes muito primitivos. Eles provavelmente surgiram no período cretáceo”, e conviveram com os dinossauros, há mais de 65 milhões de anos, diz Cione. As piranhas são muito mais recentes. Os fósseis mais antigos são da Colômbia e têm 13,5 milhões de anos.
Peter Moon
Que piranhas são peixes vorazes não é novidade. Que um cardume de piranhas é capaz de estraçalhar um zebu em menos de 5 minutos, comendo tudo até só deixar o osso, também não tem nada de novo. Imaginar que, entre 7 e 9 milhões de anos, os rios da região da bacia do Paraná eram infestados por uma piranha gigante que media até 1,30 metro de comprimento, é uma grande novidade, literalmente. Naquela época, no final do período Mioceno, a América do Sul era uma ilha como a Austrália, isolada do resto do planeta. Aqui não havia bois, mas havia animais muito maiores, como mastodontes, preguiças gigantes de até 8 metros de altura, capivaras de 800 quilos e gliptodontes – tatus do tamanho de fuscas. Qualquer um deles, ao atravessar um rio infestado, pode ter sido vítima de um cardume de megapiranhas.
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A descoberta dos primeiros fósseis da Megapiranha paranensis foi anunciada no Journal of Vertebrate Paleontology, em junho de 2009. Seu descobridor é o paleontólogo argentino Alberto Luis Cione, do Museu de La Plata, localizado na cidade de mesmo nome, a 60 quilômetros de Buenos Aires. Cione encontrou os fósseis dos dentes serrilhados da megapiranha nas barrancas do rio Paraná, perto da cidade argentina de Paraná, na província de Entre Rios. De acordo com os cálculos de Cione, a megapiranha media entre 95 e 130 centímetros. Seu peso devia ultrapassar os 30 quilos. E, se viveu no norte da Argentina, a megapiranha com certeza também infestou os rios do sul do Brasil.
As duas dezenas de espécies de piranhas atuais vivem muito mais ao norte. Elas habitam as bacias dos rios Amazonas e Orenoco. Seu tamanho varia de 15 até 50 centímetros. Nem todas as espécies são perigosas. De maneira geral, as espécies maiores são herbívoras, e as espécies menores carnívoras - e muito agressivas. As piranhas são parentes dos pacus e dos tambaquis. Estes últimos são peixes grandes. Na Amazônia, podem atingir 1 metro de comprimento e pesar até 30 quilos. Mas não são agressivos. “Tambaquis e pacus são peixes muito primitivos. Eles provavelmente surgiram no período cretáceo”, e conviveram com os dinossauros, há mais de 65 milhões de anos, diz Cione. As piranhas são muito mais recentes. Os fósseis mais antigos são da Colômbia e têm 13,5 milhões de anos.
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