Robô DepthX, projetado pela Universidade Carnegie Mellon, fez em 2007 mapas digitais da caverna El Zacatón, na península do Yucatán
Peter Moon
El Zacatón (Xacatun, em maia), na península do Yucatán, no México, é a caverna inundada mais profunda do planeta. Não, não, ela é bem mais do que isso. Entre a comunidade dos “cave divers”, sem sombra de dúvida a modalidade mais arriscada do mergulho autônomo, El Zacatón é um ícone. Trata-se do abismo sombrio que tragou a vida do maior mergulhador de cavernas de todos os tempos, o americano Sheck Exley (1949-1994). Depois de colecionar todos os recordes possíveis da modalidade, ele queria descer até o fundo daquele cenote, nome dado aos buracos alagados que pipocam pelo Yucatán aonde os antigos maias faziam sacrifícios humanos. Exley foi mais uma vítima daquele sumidouro. Quando seu corpo foi içado pela corda que o prendia, seu computador de pulso marcava a profundidade de 268 metros.
Foi preciso esperar até 2007 para, com a ajuda da robótica mais avançada, tentar ir mais fundo - onde nenhum humano conseguiria. O candidato a herói é o submarino robô DepthX (de Deep Phreatic Thermal Explorer), projetado pelo Instituto de Robótica da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, Pensilvânia, e construído pela Stone Aerospace.
O primeiro mergulho do DepthX nas águas tranqüilas daquele lago circular de 328 metros de diâmetro aconteceu entre 16 e 17 de maio de 2007. Dotado de instrumentos especiais, o submarino coletou amostras de micróbios e de rochas a 115, 195 e 270 metros, respectivamente. Ao mesmo tempo, os sensores do veículo criaram o primeiro mapa digital daquele gigantesco abismo.
Os mapas (veja aqui vídeo) revelaram uma cavidade que se estende além dos 300 metros de profundidade, fazendo El Zacatón ser grande o bastante para esconder a Torre Eiffel inteirinha. Os cientistas ainda não encontraram o fim do abismo, mas acreditam que o fundo do poço deva estar a um quilômetro de profundidade. O submarino mapeou ainda outras três grutas: El Caracól (com 82 metros), os 117 metros da Poza La Pilita e os 48 da Poza Verde.
De acordo com a Stone Aerospace, o DepthX é um veículo autônomo extraordinário. Com cerca de dois metros de diâmetro e 1,3 tonelada, ele pode manobrar, flutuar ou pairar submerso contando apenas com as informações fornecidos pelos seus sensores.
Para tanto, possui seis propulsores (quatro horizontais e dois verticais) e um sofisticado sistema de navegação dotado de câmeras e radares que mapeiam em tempo real o meio ambiente circundante, evitando obstáculos ao mesmo tempo em que mapeia digitalmente o terreno. Sua comunicação com a superfície é feita através de transmissão Wi-Fi sem fio. O DepthX foi projetado para suportar a pressão de um mergulho de até mil metros. Sua autonomia é de oito horas, com uma velocidade de cruzeiro de 720 metros por hora.
O valor do projeto, US$ 5,3 milhões de dólares, foi bancado pela Nasa. E a razão para isto é simples: a agência espacial americana sonha desenvolver um submarino robô totalmente autônomo que possa um dia ser enviado numa missão espacial até a distante Europa.
Ela é uma das 63 luas de Júpiter, porém desde 1995, quando a sonda Galileo descobriu que era coberta por uma calota de gelo, Europa tornou-se uma obsessão científica. Os exobiólogos, pesquisadores que procuram vida fora da Terra, acreditam que embaixo de uma calota de gelo de até 100 km de espessura exista um oceano oculto – e onde existe água, pode haver vida!
“Nós temos tanta certeza de que existe água em estado líquido em Europa que a verdadeira questão é saber se também existe vida, se existe algo no oceano que possa alimentar alguma forma de vida”, diz o exobiólogo Chris McKay, do Instituto de Astrobiologia do Centro de Pesquisas Ames da Nasa, em Palo Alto, Califórnia.
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Peter Moon
Submarino robô é colocado na gruta. |
Foi preciso esperar até 2007 para, com a ajuda da robótica mais avançada, tentar ir mais fundo - onde nenhum humano conseguiria. O candidato a herói é o submarino robô DepthX (de Deep Phreatic Thermal Explorer), projetado pelo Instituto de Robótica da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, Pensilvânia, e construído pela Stone Aerospace.
O DepthX |
Os mapas (veja aqui vídeo) revelaram uma cavidade que se estende além dos 300 metros de profundidade, fazendo El Zacatón ser grande o bastante para esconder a Torre Eiffel inteirinha. Os cientistas ainda não encontraram o fim do abismo, mas acreditam que o fundo do poço deva estar a um quilômetro de profundidade. O submarino mapeou ainda outras três grutas: El Caracól (com 82 metros), os 117 metros da Poza La Pilita e os 48 da Poza Verde.
De acordo com a Stone Aerospace, o DepthX é um veículo autônomo extraordinário. Com cerca de dois metros de diâmetro e 1,3 tonelada, ele pode manobrar, flutuar ou pairar submerso contando apenas com as informações fornecidos pelos seus sensores.
Dentro da gruta |
O valor do projeto, US$ 5,3 milhões de dólares, foi bancado pela Nasa. E a razão para isto é simples: a agência espacial americana sonha desenvolver um submarino robô totalmente autônomo que possa um dia ser enviado numa missão espacial até a distante Europa.
O mapa da gruta feito por sonar. São 300 m da superfície ao fundo |
“Nós temos tanta certeza de que existe água em estado líquido em Europa que a verdadeira questão é saber se também existe vida, se existe algo no oceano que possa alimentar alguma forma de vida”, diz o exobiólogo Chris McKay, do Instituto de Astrobiologia do Centro de Pesquisas Ames da Nasa, em Palo Alto, Califórnia.
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Publicado originalmente no IDG Now!, em 05/06/2007.
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