Há 5 milhões de anos, viveu no Chile um pássaro com presas no bico, duas vezes maior que o condor, a maior ave voadora viva
Peter Moon
Os dinossauros não se extinguiram há 65 milhões de anos. As aves são suas descendentes. Na China, há fósseis de aves de bicos com dentes de 110 milhões de anos. Achava-se que as aves dentadas tinham sumido com os dinossauros. A ideia foi abandonada na semana passada, com a apresentação de uma ave gigante pelo Journal of Vertebrate Paleontology. Entre 10 milhões e 5 milhões de anos atrás, um monstro pairava nos céus do Chile. De asas abertas, o Pelagornis chilensis media 5,2 metros. É a maior ave voadora que existiu – e tinha dentes. “O fóssil preenche uma lacuna de 100 milhões de anos. As aves dentadas viveram quase até o presente”, diz o paleontólogo David Rubilar Rogers, de 35 anos, do Museu de História Natural, em Santiago.
O pelagornis era uma ave migratória. Seus restos foram achados em todo o mundo. O espécime chileno é de longe o mais completo. Foi escavado há uns seis anos por caçadores de fósseis num barranco em Bahía Inglesa, Deserto do Atacama, diz Rubilar. Contrabandeado para a Europa, acabou nas mãos de um colecionador. “Ao perceber sua importância, o colecionador vendeu-o por e 30 mil” ao Museu Senckenberg, de Frankfurt. O paleontólogo alemão Gerald Mayr, coautor do estudo, repatriou o fóssil ao Chile. Apesar da semelhança com os albatrozes e os pelicanos, Rubilar diz que o pelagornis era aparentado dos patos e gansos. E usava seus dentes para comer peixes e lulas.
Publicado originalmente em Época, em 17/09/2010.
Peter Moon
Os dinossauros não se extinguiram há 65 milhões de anos. As aves são suas descendentes. Na China, há fósseis de aves de bicos com dentes de 110 milhões de anos. Achava-se que as aves dentadas tinham sumido com os dinossauros. A ideia foi abandonada na semana passada, com a apresentação de uma ave gigante pelo Journal of Vertebrate Paleontology. Entre 10 milhões e 5 milhões de anos atrás, um monstro pairava nos céus do Chile. De asas abertas, o Pelagornis chilensis media 5,2 metros. É a maior ave voadora que existiu – e tinha dentes. “O fóssil preenche uma lacuna de 100 milhões de anos. As aves dentadas viveram quase até o presente”, diz o paleontólogo David Rubilar Rogers, de 35 anos, do Museu de História Natural, em Santiago.
O pelagornis era uma ave migratória. Seus restos foram achados em todo o mundo. O espécime chileno é de longe o mais completo. Foi escavado há uns seis anos por caçadores de fósseis num barranco em Bahía Inglesa, Deserto do Atacama, diz Rubilar. Contrabandeado para a Europa, acabou nas mãos de um colecionador. “Ao perceber sua importância, o colecionador vendeu-o por e 30 mil” ao Museu Senckenberg, de Frankfurt. O paleontólogo alemão Gerald Mayr, coautor do estudo, repatriou o fóssil ao Chile. Apesar da semelhança com os albatrozes e os pelicanos, Rubilar diz que o pelagornis era aparentado dos patos e gansos. E usava seus dentes para comer peixes e lulas.
Publicado originalmente em Época, em 17/09/2010.
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